terça-feira, 28 de junho de 2016

Sobre as guias


Quem nunca viu um crucifixo no pescoço de um Padre? Um índio com seu colar? Reis com seus colares e pulseiras e coroas? Acredito que todos nós já vimos, né?
Desde de os tempos remotos, esses objetos não serviam somente como adornos mas também como proteção . Todos os viam como objetos magísticos, perfeitos amuletos e, por vezes, indicavam o grau de hierarquia dentro de um clã ou de uma tribo.

Na nossa Umbanda querida as nossa guias são colares coloridos que são utilizados nos trabalhos, fazendo parte do fundamento de todo Umbandista.
As guias são verdadeiros para-raios em defesa dos médiuns. Elas são imantadas pelos guias chefes ou pelos dirigentes da casa através das energias da natureza para servirem de escudos contra as energias negativas que possam se aproximar dos servidores da Umbanda na prática da caridade. Se por algum momento, alguma carga negativa se aproximar, essa carga se choca à guia de contas como um escudo de proteção para o médium.
Não podemos esquecer que os fios são feitos de náilon e alguns com ferramentas em metal. Como estão encostados ao nosso corpo poderão também arrebentar por desgaste do material.
As guias, além de servirem de proteção, também têm outras funções como:
- Elo de ligação psíquica entre médium e espírito;
- Instrumento de auxílio nos tratamentos espirituais;

Ser Ogã de Umbanda

O que é ser um Ogã de Umbanda?
Por: José Rodolfo Salgado
Ogan: Palavra de origem Bantu que significa: Chefe. Tanto na Umbanda, quanto no Candomblé, este cargo é muito respeitado, porém como este tópico é destinado a Umbanda, falaremos das suas atribuições na mesma. Dentro de um terreiro de Umbanda o Ogan é tal qual como o nome significa o chefe, aquele que vêm logo após a Mãe ou Pai no santo. Os Ogans não têm incorporação (estado de transe), e assim sendo em todas as vezes que a Mãe de santo ou o Pai de santo estiverem incorporados, os demais médiuns devem respeitá-los, tal como respeitam seu pai ou mãe no santo. O Ogan é os olhos da mãe de santo ou pai no santo, é a pessoa que observa e coordenar toda a parte ritualística do terreiro, para que tudo corra bem. Quando uma entidade é nova ou se faz presente pela primeira vez, é para o Ogan que ela se apresenta, e diz o seu nome, sua origem e risca o seu ponto, isso sempre na ausência da Mãe ou Pai no santo, quando os mesmos estão presentes, apenas chamam o Ogan para participe da conversa assim como da leitura do ponto. Na verdade o Ogan é como um fiscal. Além desta importante função o Ogan têm outra função, que é a de cantar e tocar os atabaques para que as entidade possam trabalhar, para tanto o mesmo é conhecedor de todas os Ponto “Cantigas”, e para que serve cada um deles. O Ogan também é responsável por ler o ponto riscado da entidade e saber se corresponde realmente ao que ela está propondo ser. Existem três Ogans normalmente em cada casa, porém o Ogan que têm todas essas atribuições chama-se Alabê (O Ogan de sala) que geralmente é o mais antigo, e é Ogan do santo da mãe ou do pai no santo da casa.


Homenagem a todos os Ogãs que tocam, cantam e encantam as giras de Umbanda por esse Brasil. Axé!


O Toque do Ogã
Abriga o encontro sagrado
Num Tambor encantado
De onde correm águas, ventam ventos, e chegam caminhos

Traz na lágrima do velho,
O lamento ancestral
Da dor de um tempo imemorial

É a voz que transcende o canto
Dança do corpo Santo
Braço que estende o manto

No Toque de um Ogã nasce a força
Roda ciranda que gira
Viaja o que a flecha atira
Balança ginga da vida
E mão que move a batida

O Toque de um Ogã
Grita o raio, o trovão, a tempestade
Faz palavra, a verdade
Sobe pedreira
Desce cachoeira
Cruza porteira, sexta-feira
Rompe mato na aldeia
Toca o fogo que incendeia
Mar revolto clareia
Faz luar na areia

Toca Seu Ogã!
Toca o Tambor dos mundos desse mundo
Canta a Aruanda, a Jurema, o Humaitá
Deixa o Ilú embalar
E o Sagrado girar!

Salve São João


Para quem sempre se perguntou o que significa "capelinha de melão", olha aí a explicação! É um costume antigo homenagear São João no dia 24 de junho com uma capelinha feita de melão, cravo, rosa e manjericão. Exatamente como na música! 

Oxóssi, O Astuto

Filhos da Magia
Ọ̀ṢỌ́Ọ̀SÌ, O ASTUTO
A sagacidade, a coragem, a vontade de prover aqueles que ama. Sinta isso e estará sentindo a fibra do caçador Ọ̀ṣọ́ọ̀sì.
Ọ̀ṣọ́ọ̀sì é astuto, atento, perceptivo. Dança furtivamente para frente e para trás, como quem engana a caça. Afinal, ser mais ágil do que um animal selvagem em seu próprio habitat é uma arte. Por isso Ọ̀ṣọ́ọ̀sì é um artista.
Ọ̀ṣọ́ọ̀sì, o caçador (ọdẹ), é aquele que vai em busca do alimento para prover seu clã. Gosta do desafio, aprecia ainda mais o reconhecimento por seus feitos.
Ọ̀ṣọ́ọ̀sì é preciso, certeiro, vislumbra de longe as coisas. Contorna as situações e os perigos, com a habilidade do caçador que deve atingir o alvo com uma flexa só.
Ọ̀ṣọ́ọ̀sì é caçador, mas não é destruidor. Caça, abate, vence, mas não destrói. Sabe que não pode extinguir sua presa, pois senão lhe faltará alimento. E Ọ̀ṣọ́ọ̀sì aprecia a fartura. A prosperidade lhe pertence.
Em torno da mesa farta, Ọ̀ṣọ́ọ̀sì agrega os seus. Ele une, diverte, alegra, pois ele trás felicidade.
Conhece as matas, reconhece os cheiros, enxerga com precisão, ouve o que lhe interessa, caça do seu jeito (e de mais ninguém). Este é Ọ̀ṣọ́ọ̀sì. O líder da etnia dos arò, primeiro rei e fundador da cidade yorùbá de Kétu.
Salve o caçador que nos provê! Salve o Òrìṣà da fartura, que põe comida em nossa mesa e agrega a família! Arò lè! (“O poderoso dos arò!”).
Série “ORIXÁS” 
CASA DE OXUMARÊ

KEEP CALM


Defuma com as Ervas da Jurema




Benjoim é uma resina usada exclusivamente para defumação nos rituais da Umbanda. Tem característica purificadora, e proporciona um ambiente energético propício à religiosidade e ao aprendizado. Também é usado com pré-defumador, antes do assentamento de forças numa casa religiosa, facilitando a entrada do magnetismo específico. Os Orixás relacionados ao Benjoim são: Oxalá e Oyá-Logunan.

Alecrim é a erva da alegria e paz de espírito. Seu uso em banhos e defumações é costumeiro. O banho feito apenas com alecrim têm efeito equilibrador e tranquilizador. Nas composições com outras ervas, ele entra como uma poderosa erva de Oxalá, dando consistência e estabilidade ao preparo. Os Orixás relacionados são: Oxalá, Oxossósi, Oxum, Iemanjá, e Ogum.

Alfazema, também chamada de Lavanda, é usada como um poderoso equilibrador em sua forma tradicional de essência ou perfume (seiva) durante os rituais religiosos. Seus usos não se limitam a banhos, servindo também, fresca ou seca em óleos consagrados, a defumações, amacis, e ornamentos. Sua energia vibratória é tranquilizadora e harmonizadora, trazendo a paz necessária à resolução dos problemas cotidianos e aceitação e compreensão de perdas. É associada também ao desenvolvimento e preparação de médiuns. Os Orixás relacionados à Alfazema são: Oxum, Iemanjá, e Oxalá.

Esses três elementos são ervas chamadas mornas ou equilibradoras que ajudam nos equilibrar no dia a dia, sem prejudicar nossas energias essenciais. A realização de banhos com essas ervas não tem contra-indicações. Mas se você não tem certeza a respeito do preparo de um banho, deve esclarecer suas dúvidas com quem conhece o assunto. E lembre-se que as Entidades da Umbanda são profundas conhecedoras dos mistérios do Reino das Ervas.
Em: Rituais com Ervas. Banhos, Defumações e Benzimentos. Adriano Camargo